Um excelente artigo publicado por Dr Toby O. Smith, (2014), fez uma meta-análise comparando as condutas cirúrgica versus não cirúrgica de Ligamento Cruzado Anterior do joelho – LCA.
Foram comparados vários estudos de 1 até 20 anos de acompanhamento, verificaram que a cirurgia obteve uma estabilidade tibiofemoral objetiva, porém os resultados indicam que essa medida objetiva de deslocamento tibiofemoral não teve impacto na capacidade funcional sendo subjetivo os relatórios de instabilidade, indicando que o controle muscular e coordenação em pacientes que não se submeteram à cirurgia pode compensar adequadamente para esta perda de integridade do ligamento. Há uma evidência limitada para sugerir uma superioridade entre o tratamento cirúrgico e não cirúrgico.
Eles ainda enfatizaram que a qualidade metodológica da literatura é insuficiente, ou seja, não há uma abordagem aprofundada de como são feitos os tratamentos conservadores, quais exercícios, se são de cadeia cinética aberta ou fechada, técnica da execução, amplitude de movimento, carga e volumes aplicados. (Estes requisitos são determinantes para o tratamento eficiente de qualquer lesão, a intensidade que devemos gerar para o desenvolvimento da força e como o exercício deve ser feito são prioridades). As informações sobre o tratamento conservador foram intervenções na amplitude de movimento e exercícios de fortalecimento e tiveram resultados similares aos procedimentos cirúrgicos.
Uma pesquisa feita no Reino Unido entre cirurgiões ortopédicos mostra que 58% são favoráveis à reconstrução de LCA, 42% não são favoráveis e 18% preferem reavaliar o tratamento conservador em 5 a 12 semanas.
Alguns autores tem sugerido que o risco de desenvolver artrose tibiofemoral após ruptura de LCA depende da integridade do menisco, em um post anterior mostrei estudos que verificaram a capacidade regenerativa do menisco através de sobrecarga mecânica (exercícios de fortalecimento).
A literatura é insuficiente para basear uma tomada de decisão clínica com respeito ao tratamento de pessoas com ruptura de LCA. Embora baseados em evidências insuficientes, as evidências atuais indicariam o tratamento não cirúrgico para pessoas com ruptura de LCA antes de ela ser considerada.
Chega de sentir dor!!!!