A maioria dos estudos encontrados na área da medicina ortopédica opta pelo tratamento cirúrgico quando se deparam com o menisco lesionado, argumentando que há pouca chance de cura, devido à vascularização limitada nas partes internas do tecido, mesmo sabendo que a meniscectomia com a retirada de 16 a 34% pode causar o aumento das forças de contato sobre a cartilagem articular a níveis maiores que 350%, e consequentemente gerando a osteoartrite. Compararam o tratamento conservador com a meniscectomia parcial artroscópica e concluíram que os resultados foram iguais e 9 pacientes evoluíram para osteonecrose idiopática do côndilo femoral medial, a pior complicação dessa cirurgia (D’elia et al, 2005; Makris et al, 2011e Camanho, 2008).
Existem relatos de estudos, mostrando a possibilidade de resposta reparativa dos meniscos em relação aos condrócitos frente à lesão tecidual. Quando ocorre algum tipo de agressão à cartilagem, há um breve período de atividade mitótica, devido à migração celular, liberação de fatores de crescimento e estímulo à vascularização. Assim, ocorre proliferação celular, que resulta em pequenos grupamentos de condrócitos – clones (D’elia et al, 2005).
Estímulos mecânicos como compressão direta e pressão hidrostática, (exatamente o que acontece na musculação) estimula a formação de tecido funcional, bem como em diferenciação de células tronco, as quais são progenitoras específicas na capacidade terapêutica e regenerativa (Makris et al, 2011).
A partir desses achados sugerimos o tratamento conservador do menisco, através de exercícios de fortalecimento, considerando a sua importância para o funcionamento da articulação do joelho sem riscos de comprometimento do mesmo. Nos últimos 25 anos muitos estudos foram feitos para avaliar a sobrecarga do exercício de agachamento profundo na articulação do joelho e verificou-se que um treinamento orientado, com a evolução progressiva da carga e técnica correta, pode favorecer indivíduos saudáveis ou mesmo com joelhos lesionados (Hartmann et al, 2013; Bloomquist et al, 2013; Chandler et al, 1989; Panariello et al, 1994; Escamilla, 2001).