Existe diferença entre pesos livres e máquinas?

Diante das inúmeras opções que temos de exercícios para tratamentos de lesões, o mais importante é avaliar qual exercício (e como deve ser executado) seria mais adequado para o nível da lesão em relação à condição física do paciente. Quando vemos publicações da área médica relatando a falta de tratamentos conservadores eficazes, entendemos porque ocorrem tantas cirurgias que poderiam ser prevenidas. (Ash et al, 2008, Goldman’s Cecil Medicine, 2012).

É justamente neste ponto que a biomecânica pode nos ajudar. A partir de cálculos das alavancas e forças obtidas pela utilização de técnicas decorridas da dinamometria e da cinemetria, a biomecânica nos permite caracterizar o movimento. De acordo com Susan J. Hall (2012), em relação às alavancas do corpo humano, o braço de momento de um músculo é máximo a um ângulo de tração de 90º. Conforme a linha de tração se afasta de 90º para qualquer direção, o braço de momento se torna progressivamente menor. Com isso os equipamentos de musculação são projetados para igualar a capacidade variável de produção de torque de um grupo muscular ao longo da amplitude de movimento de uma articulação. Eles oferecem maior resistência relativa nos extremos da amplitude de movimento da articulação do que os pesos livres. De acordo com Carpenter & Nelson (1999), Os avanços na concepção de equipamentos de exercício melhoraram a eficiência e eficácia do treinamento resistido.

Essa é a diferença entre exercícios de pesos livres e máquinas, se um aparelho de musculação me permite maior estabilidade favorecendo a amplitude de movimento, o desenvolvimento da força será mais preciso e mais rápido, sendo mais adequado para tratar lesões. Não estou desmerecendo o peso livre, o que precisa ser entendido é o que deve ser escolhido para um tratamento mais rápido e mais eficaz. Exercícios isométricos e de instabilidades que causam desequilíbrio serão menos eficientes para os ganhos de força, devendo ser utilizados em situações extremas e menos comuns, na qual o paciente não tenha condições físicas para executar movimentos com amplitudes articulares completas.

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