A dor é uma pista de diagnóstico essencial para os médicos, fisioterapeutas e educadores físicos (incluo também os educadores físicos, pois em vários casos de dor relacionados ao sistema ósteomioarticular, o exercício será de extrema importância para a melhora dos sintomas). E, na maioria das vezes, quando uma pessoa queixa de dor, escutamos: “então fique de repouso, não faça nada”.

Entretanto as pesquisas mostram exatamente o contrário. Carpenter & Nelson, (1999) apresentaram um estudo sobre a dor lombar crônica, sendo um dos maiores problemas médicos difíceis e caros do mundo industrializado. São a causa mais frequente de limitação de atividade entre pessoas com idade inferior a 45 anos. A taxa de consultas médicas causadas por dor lombar é a segunda, perdendo apenas para problemas cardiovasculares entre doenças crônicas da época. A pesquisa mostrou que usando exercícios de resistência progressivos até gerar altas intensidades com repetições máximas, demonstraram reduções significativas na dor e melhora da força muscular, resistência e mobilidade articular em pacientes com dor lombar. E ainda enfatizam que estas melhoras ocorreram com um baixo volume de treinamento com 1 série de 8 a 15 repetições realizadas a fadiga voluntária uma vez por semana. As melhoras ocorreram independentemente do diagnóstico, com longa duração, e parecem resultar em menos reutilização do sistema de cuidados de saúde do que outros tratamentos mais passivos. Infelizmente, há pouco consenso em como proceder com o exercício para ser mais eficaz em produzir resultados terapêuticos ideais. O fato de que muitos pacientes com dor lombar crônica terem participado em um momento ou outro em programas de terapia de exercícios sem alívio significativo dos sintomas, pode levar alguns médicos a questionar o valor desta opção de tratamento. No entanto, é importante reconhecer a diferença entre movimento e exercício significativo. Os atletas não se tornam melhor condicionados por simplesmente mover suas articulações e membros. O condicionamento ocorre apenas através da aplicação controlada de sobrecarga progressiva e intensiva.