Os benefícios, a eficácia e importância da amplitude de movimento no agachamento já é um consenso na comunidade científica desde a década de 90, mas para muitas pessoas, ainda restam dúvidas e inseguranças. No livro Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia, (Gentil, 2014), descreve várias pesquisas as quais encontraram maiores níveis de hipertrofia e ganhos de força, quando utilizaram contrações musculares a partir de ângulos elevados e fibras alongadas. Músculo encurtado é músculo fraco! Inclusive o encurtamento é uma das formas que mais geram atrofia e a realização recorrente de movimentos encurtados podem agravar ou mascarar a funcionalidade. A contração dos músculos a partir da posição alongada aumenta o potencial dos efeitos fisiológicos, principalmente nos ganhos de força. (McCully & Faulkner, 1986; Hunter & Faulkner, 1997; Lynch & Faulkner, 1998; Armstrong et al, 1991). Bloomquist et al, 2013, comparou 12 semanas de treino o agachamento parcial (0-60º) e o profundo (0-120º). O treinamento de agachamento profundo (0-120°); resultou em aumentos superiores no tamanho e na força muscular, melhor desempenho no salto vertical e provocou adaptações favoráveis na função do joelho em relação ao treinamento de agachamento curto (0-60º). Melhora a força em todos os outros ângulos da articulação, o mesmo não ocorre para amplitudes menores e em treinamentos isométricos. Assim, é provável que as propriedades biomecânicas do tecido conjuntivo são influenciadas pela capacidade dos músculos na geração de força, mostrando que o exercício melhora as propriedades físicas dos tendões.
Este vídeo abaixo é uma maneira segura de iniciar e aprender este exercício excepcional, por exigir maior amplitude de movimento em comparação a qualquer outro exercício de membros inferiores, e é justamente por isso que ele é tão bom e eficiente!!! Pode ser feito em qualquer lugar e por qualquer pessoa que consegue andar, faço essa referência devido o impacto de uma caminhada ser maior do que a sobrecarga imposta nas articulações para este exercício (Escamilla, 2001)!!! É um excelente estímulo para tratar dores musculares, ciatalgias e nas articulações do tornozelo, joelho, quadril e coluna!!
Embora alguns insistam que cada caso é um caso, qualquer joelho foi feito para dobrar, nossa anatomia é perfeita, as alterações posturais são apenas um “gatilho” para incidência de lesão, elas não devem ser consideradas as causas principais da lesão. O que realmente interfere no surgimento de uma lesão ou dor é o nível de condicionamento do indivíduo e sua relação com suas atividades diárias, ocupacionais ou esportivas. Por isso é muito importante a análise do histórico da lesão e da avaliação da capacidade física do indivíduo, para que a prescrição da intensidade e do volume sejam adequados as particularidades de cada indivíduo.
Um tratamento para ser eficaz é fundamental desenvolver força com amplitudes completas!
A capacidade de força do ser humano é incrível, só precisa ser estimulada da maneira correta, o aluno/paciente precisa compreender como deve ser feito o movimento, detalhes sobre o posicionamento dos pés, joelhos, coluna, cadência do movimento, quais são os erros mais comuns entre outros detalhes importantes. O exercício executado com a técnica errada pode causar danos graves, procure um profissional de educação física ou de fisioterapia para lhe orientar.
